quinta-feira, 15 de junho de 2017

A história da minha rua

RUA SATURNINO DE MENEZES – ACAJUTIBA – HISTÓRICO

Manifestação folclórica, resgate da expressão cultural dos mascarados "Caretas" em Acajutiba. (Foto: Arquivo do Autor, com Joselita Edeltrudes) 
A rua Saturnino de Menezes fica em Acajutiba no Estado da Bahia, Brasil. É a via de entrada principal da cidade em sua ligação para a capital do estado.

Dados geográficos


Estende-se no sentido Norte-Sul, partindo do cruzamento com a rua Pinto Dantas até o povoado Lagoa Seca; composta por via dupla desde seu início onde parte em “V” se alargando até aproximadamente 600 metros e daí se fecha até 1200 metros do seu comprimento aproximado de 2.200 metros; com topografia plana e retilínea do seu inicio até aproximadamente 1500 metros quando forma um arco suave até o seu final.

Está localizada no sistema geodésico SIRGAS 2000, com as coordenadas: Latitude 11° 39' 50” Sul e 38° 01' 11” Oeste. A sua altitude é de 180 metros em relação ao nível do mar, com observação para o Fuso horário de Brasília alterado na sua variante por consequência do Horário de verão adotado e aplicado anualmente.

Dados estatísticos


Com aproximadamente 295 casas de residencia, comércio e áreas e terrenos ociosos de um e outro lado e aproximadamente 850 habitantes. Com fornecimento regular de água potável, energia elétrica e telefone, contudo com rede pública de esgoto o qual se faz de forma individualizada através de fossas sépticas.

Pontos de referências


A rua Saturnino de Menezes é onde se localiza a delegacia de policia, estádio municipal de esportes, posto de abastecimento de combustível, reservatório de água da Embasa, além de lanchonetes, oficinas mecânicas, clinica de exames médicos, a maior escola municipal e outras sortes de comércio e serviços como lanchonetes, mercadinhos, material de construção, deposito de frutas, padarias, farmácia, serrarias, central de repetidora de TV e telefonia celular e por excelência, via de caminhadas e exercícios físicos para os moradores da localidade.

Aspectos históricos


A rua Saturnino de Menezes é a antiga “Rua da Rodagem”, popularmente batizada por ser a primeira estrada aberta e que dava acesso direto ao centro do povoado de Cajueiro ainda no inicio do Século XX.

A cidade tem sua origem em 1905 quando da instalação da estrada de ferro que ligava o ramal Timbó-Sergipe, trecho da antiga Viação Férrea Leste Brasileiro. Por esta ocasião já existia a antiga estrada conhecida como “estrada da praia”, paralela á que é hoje rua Saturnino de Menezes.

A abertura desta dita rodagem foi em função do transporte de pessoas, cargas e materiais para a construção da estrada de ferro, visto a estrada da praia se tratar de uma cujo formato irregular e, por isso, com muitas curvas, dificultava e tornava mais distante o destino de quem se dirigisse da antiga estação ferroviária do Timbó para o centro do povoado Cajueiro.

É portanto, uma das quatro mais antigas ruas da cidade ao lado das ruas: J.J. Seabra (ou Sapucaia), rua Severino Vieira (ou do Cruzeiro) e rua Castro Alves (ou da Boa vista).
Rua Saturnino de Menezes (Foto: Arquivo do Autor)

A sua denominação foi dada a partir do Projeto de Lei Municipal nº 03 de 08 de maio de 1954, que atribuía nomes ás ruas e logradouros públicos da cidade de Acajutiba.

Recebeu este nome por homenagem a Saturnino de Menezes, antigo morador de cajueiro e fazendeiro da região. Saturnino, era, por esta época, proprietário de boa parte das terras onde hoje se localiza a maior parte da área urbana de Acajutiba, cuja área ultrapassava 8 Km².

Por vontade própria e visando se mudar para outro município onde possuía outras fazendas, resolveu doar toda sua propriedade de terras e benfeitorias à santa padroeira da localidade N. Srª das Candeias, ato que foi lavrado em escritura pública datada de 1947, o que implica ser o que hoje têm-se por rua Saturnino de Menezes como “terras de N. Srª das Candeias”, ou em outras palavras, propriedade da Igreja Católica, sendo que seus moradores detêm, somente, recibos de posses e títulos de aforamento.

Sr Valério, morador mais idoso da rua Saturnino (Foto: Arquivo do autor)
É fato narrado pelos mais antigos moradores, que na localidade de Lagoa Seca (final da Rua Saturnino de Menezes), se observava extenso matagal de tabuleiros, e nascente de água que dá origem ao rio Itariri, sendo justamente aí onde o beato Antonio Conselheiro e sua legião de seguidores, extraíram a madeira para a construção da Igreja matriz do vizinho município de Crisópolis, isso em 1892.

Até o final da década de 1970 esta rua se constituía de duas estradas de cascalho e terra por onde trafegava carros e ônibus que faziam o transporte para a cidade de Esplanada e para a capital do estado, era de aspecto humilde e pouco adensada, com casas esparsadas e as chamadas malhadas, (pequenos pomares), no entanto já possuía uma das primeiras escolas do município, conhecido como “escola rural”, sendo que em 1982 foi passada para o governo do estado com a denominação de Colégio democrático estadual Professora Maria Esperança Lopes de Andrade, condição que perdurou até 2015 quando foi oficialmente municipalizada, mantendo o mesmo nome, cujo qual, é uma homenagem a uma das pioneiras da educação no município e, também, moradora da rua.

Data de 1978, ainda na gestão do governador Roberto Santos e administração do prefeito municipal, José Antonio de Souza Santos, a instalação do reservatório de água da Embasa e o asfaltamento da rua que lhe deu um aspecto mais moderno e influiu na sua urbanização, como construção de casas, iluminação adequada e fornecimento de água domiciliar.

Já nos anos 80, ainda, a rua recebeu as instalações do estádio municipal Agenor Pereira dos Santos, cujas atividades atraem os moradores, sempre, que ocasiões de comemorações festivas e torneios esportivos. Por outro lado foi nesta rua, ainda numa década de 1950 que se fez a construção da primeira usina de força, com motores e geradores que abasteciam as residências e casas comerciais do centro, cujo prédio é onde hoje se situa a delegacia de polícia.

Fonte: Contribuição do meu amigo pesquisador: SANTOS,J,M,F. Memórias de Acajutiba, coletânea de fotos, contos e entrevistas obra inacabada. 1998.

Depoimento de Joselita Edeltrudes sobre a rua Saturnino (Rua da Rodagem)

A partir do Império, no século XIX, foram feitas substituições para privilegiar ou homenagear pessoas de poder. Isso continuou após a Proclamação da República em 1889 assim, é comum observar nome de ruas e avenidas que receberam nomes das famílias, pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.

Acajutiba também abraçou homenagear Saturnino de Menezes, antigo morador de Cajueiro ( antigo nome de Acajutiba), e fazendeiro da região. Este que doou toda sua propriedade á santa padroeira da cidade, nossa senhora das candeias (igreja católica).

Amor à primeira vista


Casa onde passei minha infância (Foto: Elaborada pelo Autor)
A minha infância na Saturnino foi algo muito especial, aos 7 anos viemos, eu Joselita Edeltrudes ( Edel), e minha família composta de minha mãe e meus oito irmãos, após o falecimento de papai, para Acajutiba, precisamente para a rua da Rodagem, atual Saturnino de Menezes.

Ao chegar ficamos deslumbrados, com a beleza da cidade, seus cajueiros, símbolo da terra, coqueiros, jaqueiras, laranjeiras, bananeiras, mamoeiros, enfim uma terra abençoada, bastava plantar e cultivar que a colheita estava garantida.

Encontramos também água encanada, energia elétrica, um ambiente bem diferente do que vivíamos em Teotônio,  povoado de Rio Real-Ba, de onde viemos e,diga-se de passagem, o meu avó Gabriel dos Anjos ficou enterrado na Igreja Católica deste povoado.

 E assim, foi nesta rua, Saturnino,  onde fui a escola pela primeira vez, na escola Prédio Rural e la terminei o ensino fundamental, onde dei o meu primeiro beijo, onde aprendi andar de bicicleta, onde vive os melhores e as maiores emoções da minha vida.

A primeira televisão de Acajutiba salvo engano,  foi de seu Joselito Oliveira do Amor, proprietário da antiga farmácia São José, na qual trabalhei por alguns anos. Neste recinto ficavam pessoas reunidas e deslumbradas com as novelas, imagens. Logo depois veio a segunda mais assistida, a de Professora Rosália e Seu Ribeiro. Alguns anos depois  minha avó, Marcolina Edeltrudes também adquiriu uma,  e era pra lá que corria toda família pra assistir sitio do pica-pau –amarelo,  a novela saramandáia, o globo de ouro e tantos outro programas da época.

Rua da Rodagem (Foto: Arquivo do autor)
Depois veio o asfalto, dando mais dignidade a nossa cidade. As mulheres em sua maioria, eram apenas boas donas-de-casa, mães, esposas, realidade bem diferente hoje, pois ultrapassam o público masculino e já trabalham fora de casa em escolas, supermercados,feiras livres, política, etc.

Os Homens, em finais de semana, curtem um babinha e outros são frequentadores de bares, regados a conversas e cervejas para ajudar a conversa fluir quase que naturalmente, soltam a língua, confidenciando, tocando uma viola, cantando. Um ponto de encontro, uma área de lazer. Porém não vivem disto, também trabalham bastante, prestando serviço público, na agricultura, pecuária, comércio, educação, política, etc.

Estádio Municipal Agenor Pereira (Foto: acajutibanews.com)
A juventude de Acajutiba, boa parte dela, quando terminam o ensino médio, se deslocam para as capitais e os que ficam, são bem receptivos e informados. As festas da padroeira da cidade e são João,  7 de setembro com suas alvoradas e desfiles, gincanas estudantis, são as mais badaladas pelos moradores e pelos visitantes, que saem com gostinho de quero mais.

Seus rios, bicas, cachoeiras próximas, suas iguarias, costumes, religião mantém a cidade viva e habitada. Temos hoje uma infeliz realidade num contexto de violência e drogas que, lamentavelmente nos entristece e nos desafia.

Acajutiba sinceramente não é mais a mesma, porém, continua sendo a nossa paixão, o nosso refúgio predileto afinal, o paraíso ainda existe, ainda que seja somente em nossas memórias e emoções.

Faço aqui um apelo para que não deixe morrer as histórias da nossa cidade, da nossa rua, das narrativas de vida de nós moradores e apaixonados pela nossa terra. As nossas memórias, a nossa identidade.

Joselita Edeltrudes e seus oito irmãos na Saturnino de Menezes
"Se todas as pessoas abandonassem o lugar onde vivem em busca de outros melhores, nenhum bairro iria pra frente."
Wilson Antunes Pereira, morador de Nova Iguaçu.


A história de Acajutiba

Acajutiba




Acajutiba é um município que fica no leste do estado da Bahia, no Brasil. Sua população é de 14 762 habitantes e sua área é de 229 km².

Elevação: 179 m
Prefeito(a): Alexsandro Menezes de Freitas (PMDB); (2017–2020)
Municípios limítrofes: Esplanada, Aporá, Rio Real, Crisópolis
Aniversário: 28 de novembro
Clima: tropical
Fundação: 28 de novembro de 1952
Distância até a capital: 182 km

Fonte: Wikipédia.

História

Estação Ferroviária de Acajutiba (Foto: http://www.cidade-brasil.com.br/foto-acajutiba.html)
Em 1905, surgiram os primeiros trilhos da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, ligando o povoado à capital do estado, acontecimento que marcou época, trazendo consigo expressivo surto de progresso, principalmente para o comércio local.

Com isso, nos arredores próximos à estação surgiu uma pequena feirinha localizada embaixo de um pé de caju. Essa pequena feira servia como ponto de encontro entre viajantes e garimpeiros que ali se dirigiam para compra, venda e troca de seus produtos.

O garimpo no Rio Itapicuru já se fazia, por esta ocasião. Alguma coisa de diamantes e ouro de aluvião que se achava no leito daquele rio, servia como base de troca, para o que se comerciava na feira. Animais de carga, galinhas, porcos, perus, carne, feijão, farinha de mandioca, coco seco, sal, querosene, aguardente e fumo eram as mercadorias mais procuradas. Em 1912, já o lugar contava com mais de 25 casas e casebres.

Em 1918, pela Lei Estadual 1 236, de 14 de maio de 1918, assinada pelo então governador Severino dos Santos Vieira, antigo político do Conde, o lugar deixou de ser povoação e foi elevada à categoria de vila. A vila tomou o nome emprestado do velho pé de caju sob o qual se deram as primeiras feiras, portanto Vila do cajueiro, município do Conde.

Igreja Católica Nossa Senhora das Candeias (Foto: http://www.cidade-brasil.com.br/foto-acajutiba.html)
As décadas de 1920 e 1930 não trouxeram grandes transformações ao lugar além da construção da estação ferroviária. Neste tempo, já a Companhia Leste Brasileiro era a detentora do ramal.

Inaugurada em 1932, a estação marcou o Centro da cidade, o ponto de encontro, o lugar das cargas e descargas agora de toda a produção agropecuária tanto para as feiras de Alagoinhas e Salvador como para Sergipe.

Em 1937, o distrito de Cajueiro passou ao domínio do município de Esplanada, sendo o seu nome em virtude do Decreto Estadual 12 978, de 1 de junho de 1944, mudado para Acajutiba.

Ainda em 1950, quando distrito de Esplanada, o Cajueiro tinha uma população de 5 642 habitantes, sendo 2 790 homens e 2 852 mulheres; de acordo com o recenseamento de 1950, 32,40 por cento das pessoas em idade ativa (dez anos e mais) estavam ocupadas no ramo do trabalho autônomo.

Marcha pra Jesus em Acajutiba (Foto: Elaborada pelo Autor)
Nessa época, a atividade econômica era a produção agrícola, fruticultura, industrial, além do rebanho.

Na agricultura, figurava, em primeiro lugar, o feijão, com 1 200 000 cruzeiros, seguindo-se a produção de fava, milho, mandioca e amendoim.

A fruticultura também tinha grande influência econômica para o município, através da produção de laranja e coco, que atingia 225 000 cruzeiros, seguindo-se a produção de limão, com 200 000 cruzeiros e de banana, com 45 000 cruzeiros.

A produção industrial, em 1955, atingiu a cifra de 2 035 000 cruzeiros, destacando-se a produção de farinha de mandioca, com 1 000 000 de cruzeiros, seguindo-se produtos alimentares, aguardente e cerâmica (telhas e tijolos).

O rebanho pecuário era representado estimativamente pelos seguintes números: bovinos – 5 000, equinos – 2 000, asininos – 3 000, muares – quinhentos, suínos – 2 000, ovinos – 2 500 e caprinos – 1 500.

A emancipação de fato ocorreu em 28 de novembro de 1952, com a promulgação da Lei 505, assinada pelo então governador Regis Pacheco, que criava o município de Acajutiba, constituído de distrito único, com sede na vila de mesmo nome e desmembrado do município de Esplanada.

Com área de 229 quilômetros quadrados, faz divisa, ao norte, com os municípios de Crisópolis e Rio Real; ao sul, com o município de Esplanada; a leste, com o município de Rio Real e a oeste, com os municípios de Aporá e Esplanada.

Rio Itapicuru que corta a cidade de Acajutiba, estrutura de defesa durante os tempos dos Holandeses no Brasil (Foto: http://www.ferias.tur.br/fotogr/116553/rioitapicuruquecortaacidadeacajutiba-bahiapormanoelneto/acajutiba/)
De acordo com o historiador belga Vincent van Houtte, o território que hoje pertence ao município Acajutiba serviu como base holandesa para reabastecimento e espionagem em tempos quando a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais mantinha colônias na região.

Para Van Houtte, que analisou documentos e correspondências secretas assinadas por Maurício de Nassau. A localização estratégica da região, perto da capital da colônia portuguesa na época, Salvador da Bahia, e próximo a uma bacia que permita a navegação fluvial no rio Itapicuru foram determinantes na fundação, em 1637, a base de reabastecimento, que depois evoluiu para uma pequena fortificação que ficou conhecido como Forte de Hoop, de acordo com van Houtte, em homenagem ao administrador e arquiteto Adrien de Hoop.

Com a crise na colônia e a queda do domínio holandês do Nordeste brasileiro, o forte caiu em desuso e foi abandonado. O que sobrou foi destruído por exploradores e bandeirantes entre os séculos XVIII e XIX, mas, de acordo com o historiador, ainda é possível ver alguns escombros perto das margens do rio Itapicuru, conhecido pelos holandeses da época como Rivier van Donkere heuvels, em português Rio dos Montes Negros, características físicas que se relacionam com aqueles encontrados no rio Bastião como é conhecido pela margem locais onde existiu a fortificação.

Praça de Acajutiba (Foto: http://www.ferias.tur.br/fotogr/115782/pracadeacajutibapormanoellui/acajutiba/)


Entrevista com a professora Maria Aguiar, moradora de Acajutiba há 50 anos


Vídeo elaborado pela irmã da autora do blog Eliene Edeltrudes.

Fonte do texto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Acajutiba#Estrutura_de_defesa_durante_os_tempos_dos_Holandeses_no_Brasil.

A história da cidade do Conde

A história da cidade do Conde e sua importância para a colonização

Vila do Conde. (Foto: https://condebahia.wordpress.com/historia/)
Em 1621, os jesuítas adquiriram, por sesmaria e concessão de Garcia D' Ávila, vasta área de terras, anteriormente ocupadas por uma aldeia tupinambá. Nessas terras, doadas em testamento no ano de 1650, colonos portugueses, indígenas catequizados e escravos africanos dedicaram-se às culturas de cana-de-açúcar, fumo e criação de gado.

Com a colonização, foi criado o povoado, que recebeu o nome de Itapicuru de Baixo. Em 1702, o povoado foi elevado à categoria de freguesia com o nome de Nossa Senhora do Monte de Itapicuru da Praia. Em 17 de dezembro de 1806 foi elevado à categoria de vila, com o nome de vila do Conde, sede do município de igual nome, criado nessa mesma data, de acordo com as ordens do Conde dos Arcos, de cujo título lhe veio a denominação.

Os Decretos Estaduais nº. 7.455, de 23 de junho de 1931, e 7.499, de 8 de julho do mesmo ano, extinguiram o município, que passou a constituir o município de Esplanada. Em 10 de agosto de 1935, pelo Decreto nº. 9.662, o município de Conde foi restaurado, sendo reinstalado em 30 de agosto do mesmo ano.

Surgimento da cidade de Esplanada

No inicio do século XIX, aventureiros portugueses desbravaram o território pertencente a Vila do Conde. Atraídos pela fertilidade das terras, ali se fixaram formando o Arraial da Esplanada. O atual Município de Esplanada teve sua origem no Arraial pertencente ao Município do Conde, havendo logrado considerável progresso o advento da estrada de ferro, antiga Viação Férrea Leste Brasileira, hoje Ferrovia Atlântica cujo final de linha se destinavam a vizinha localidade de Timbó, no qual Antonio Conselheiro construiu o primeiro cemitério do Timbó.

Fonte: http://wwwsidneydositio.blogspot.com.br/2011/07/historia-da-cidade-do-conde-bahia.html

A importância de Salvador

Pelourinho. (Foto: http://www.feriasbrasil.com.br)

Salvador é importante porque as correntes marítimas e de ventos do oceano atlântico trazidos por Cabo Verde na Bahia de Todos os Santos, através da carreira das índias, rota natural que trazia mercadoria aqui pra Salvador, que faz com que todos os navios passassem por aqui, por ocupar e proteger a colônia portuguesa na América e servir como porto de abastecimento a meio caminho do Atlântico Sul.

Porto de Salvador antigo. (Foto:http://blogs.ibahia.com/a/blogs/memoriasdabahia/2013/05/08/os-100-anos-do-porto-da-bahia/)
Ainda no século XVI.Sendo o porto de salvador uma das principais rotas de  saída de matérias-primas vindas da zona rural em direção aos centros nacionais e do capitalismo internacional e ainda porta de entrada de mercadorias, muitos trapiches tiveram de ser construídas ao longo da linha de praia para garantir o armazenamento dos produtos. Atualmente, porém, estes grandes armazéns adquiriram novas funções em consonância com as demandas criadas pelo turismo, sendo transformadas em casas de shows, restaurantes ou estacionamentos.

Porto de Salvador atualmente, Bahia Marina, complexo náutico (Foto: http://www.meusroteirosdeviagem.com/2012/09/restaurante-lafayette-bahia-marina-salvador.html)

Nos séculos XVII e XVIII Salvador que se tornou uma cidade administrativa, viveu o ápice da riqueza produzida e se constituiu na principal colônia de Portugal, fruto da sua importante função portuária e administrativa que fazia circular os produtos e o dinheiro do Recôncavo por essas terras, inserindo-as num sistema lucrativo de trocas internacionais, posto que o comércio e a atividade portuária, aliados à administração, fizeram da capital colonial um dos mais importantes e atrativos centros urbanos às margens do Oceano Atlântico, tendo, inclusive, fundamental importância na articulação econômica triangular transoceânica entre Europa, América e África.

Demografia

Salvador não conheceu um aumento populacional tão expressivo, mas acompanhou a tendência do restante do país. No período em estudo, era a terceira maior cidade brasileira, ficando atrás do Rio de Janeiro e sendo superada por São Paulo, em finais do século XIX. Segundo os dados do censo, em 1872, a população girava em torno de pouco mais de 129 mil pessoas, tendo chegado a quase 206 mil, no ano de 1900.

Salvador, atual capital do estado da Bahia, foi o centro econômico, administrativo, político e militar do Brasil Colônia de 1549, ano de sua fundação, até 1763, quando o eixo econômico da colônia sai do Nordeste e vai para o Centro-Sul minerador, com o Rio de Janeiro como a nova capital.

O clima de Salvador é do tipo tropical chuvoso sem estação seca, porém possui chuvas concentradas nos meses de março a agosto devido a atuação de sistemas atmosféricos litorâneos.

Não posso deixar de destacar, a importância que teve a família D’Ávila na formação da sociedade baiana, sendo um dos principais pilares para a estruturação política, econômica e militar no nordeste brasileiro. uma importante família baiana que entre os séculos XVI e XIX, esteve diretamente envolvida nos processos de conquista territorial e acúmulo de uma vasta propriedade fundiária, além de desempenhar uma grande influência no poder político, econômico e militar da administração colonial.

Castelo da Torre de Garcia D'Ávila. (Foto: http://jeguiando.com/2012/07/31/castelo-da-torre-de-garcia-davila-praia-do-forte-ba/)
O processo de formação dos D’Ávilas, importante família senhorial que praticamente durante duzentos e cinquenta anos se expandiu ao longo das gerações dos senhores da Casa da Torre pela quase totalidade do Nordeste brasileiro. É exatamente esse ilustre fazendeiro baiano, riquíssimo, nobre pelos quatro costados e pelas conquistas e títulos honoríficos de seus antepassados, o autor de uma série de torturas e castigos contra seus escravos, que o torna merecedor do deplorável título de o maior carrasco de que até então se tem notícia na história do Brasil. Triste sina: o mais rico e o mais cruel de todos os brasileiros escravistas.

Fonte: SANTOS. Milton. O centro da cidade do Salvador. Estudo de Geografia Urbana. Salvador: Publicações da Universidade da Bahia, 1959.

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